E aí vem uma nuvem bem grande e tapa todo o sol da cidade. O dia se disfarça dentre as cores do jornal diário, estava sem graça de como ele havia amanhecido sem graça. Aqui embaixo, os mesmos passos apressados dos jovens e a contemplação do que já passou dos mais vividos. Os artistas ainda não acordaram e os porteiros já tomam seu terceiro café. Desvio de duas fezes caninas e de carros pintados de cinza, com motoristas vestidos de cinza, que fumavam e soltavam fumaça cinza pelo escapamento e pela boca. A primeira coisa colorida do dia foi um prédio. Um prédio recheado de cimento, que tiveram que pintar para que tivesse graça e com plantas na janela para que tivesse vida. Ali dentro alguém sentia falta de colorir papéis. Seus lápis coloridos estavam longe e em outro lugar. E assim, se passa mais um dia na cidade.
é o tempo da vida q se leva, dentro d um trem, da periferia ao centro e ao revés. E qndo se chega, seja qual for o lugar, se foram uma hora e meia p/ ir e o mesmo tanto p/ voltar. E enquanto esperam, mirabolam, sorriem para o celular, dormem, pensam no sexo de ontem, estudam pela 5a vez aquela apostila de inglês. O pensamento está ali, avaliando a veracidade do anúncio da próxima estação, questionando o postulado social geográfico dos lados direito e esquerdo, indo ou voltando, mas sempre-ando