sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mãe: nada mais, nada menos.


Da doçura para a fúria em menos de um olhar.
A doçura de se ver nos olhos de quem inventa
e reiventa o amor. A cada dia.

A fúria de quem distorce o asfalto com a força das mãos
apenas para o filho passar.

Um dia basta para que uma mulher nunca mais durma tranquila.

Aquela que nada nega sem doer,
aquela que nega tudo que não seja o amor,
daqueles repletos de prefixos de negação:
incondicional, impossível, disléxico e atemporal.

Aquela que desafia Deus ao dar a vida
e desafia a vida ao dar a sua...
apenas por uma camisa passada,
um dinheiro trocado, um café com leite.

Apenas por um guarda-chuva em dia de sol,
um arroz com feijão, um suco gelado.

Apenas por um futuro melhor, um brinquedo mais caro,
ou mesmo um simples beijo de boa noite.

E para quem ainda não sabe o que é o amor,
é só parar em frente de sua mãe, abrir os braços, e
com os olhos bem fechados, esperar três segundos.

Para quem não a tem ao lado,
apenas feche os olhos e diga baixinho:
“Mãe?”

Pode estar certo que ela estará ouvindo,
onde quer que esteja,
desafiando o tempo e o espaço.

Apenas para te abraçar e dizer:
“Estou aqui meu filho!”