é o tempo da vida q se leva, dentro d um trem, da periferia ao centro e ao revés. E qndo se chega, seja qual for o lugar, se foram uma hora e meia p/ ir e o mesmo tanto p/ voltar. E enquanto esperam, mirabolam, sorriem para o celular, dormem, pensam no sexo de ontem, estudam pela 5a vez aquela apostila de inglês. O pensamento está ali, avaliando a veracidade do anúncio da próxima estação, questionando o postulado social geográfico dos lados direito e esquerdo, indo ou voltando, mas sempre-ando
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Mãe: nada mais, nada menos.
Da doçura para a fúria em menos de um olhar.
A doçura de se ver nos olhos de quem inventa
e reiventa o amor. A cada dia.
A fúria de quem distorce o asfalto com a força das mãos
apenas para o filho passar.
Um dia basta para que uma mulher nunca mais durma tranquila.
Aquela que nada nega sem doer,
aquela que nega tudo que não seja o amor,
daqueles repletos de prefixos de negação:
incondicional, impossível, disléxico e atemporal.
Aquela que desafia Deus ao dar a vida
e desafia a vida ao dar a sua...
apenas por uma camisa passada,
um dinheiro trocado, um café com leite.
Apenas por um guarda-chuva em dia de sol,
um arroz com feijão, um suco gelado.
Apenas por um futuro melhor, um brinquedo mais caro,
ou mesmo um simples beijo de boa noite.
E para quem ainda não sabe o que é o amor,
é só parar em frente de sua mãe, abrir os braços, e
com os olhos bem fechados, esperar três segundos.
Para quem não a tem ao lado,
apenas feche os olhos e diga baixinho:
“Mãe?”
Pode estar certo que ela estará ouvindo,
onde quer que esteja,
desafiando o tempo e o espaço.
Apenas para te abraçar e dizer:
“Estou aqui meu filho!”